Por Que o Requeijão Adquire Textura Arenosa? Entenda as Causas e Como Evitar Esse Defeito
- Marketing JMC
- 13 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de jul.

Você já abriu um pote de requeijão esperando aquela cremosidade irresistível, mas se deparou com uma textura granulada, quase arenosa? Se sim, saiba que você não está sozinho. A textura arenosa no requeijão é uma das principais causas de rejeição do produto pelo consumidor e um desafio constante para líderes de produção na indústria de laticínios. Mas afinal, por que isso acontece? E como garantir um requeijão sempre cremoso e estável?
O Que É a Textura Arenosa no Requeijão?
A textura arenosa é percebida quando o requeijão apresenta pequenos grânulos ou cristais ao paladar, comprometendo a sensação de cremosidade e a experiência sensorial desejada. Esse defeito pode surgir em diferentes etapas do processo produtivo e está diretamente ligado à escolha dos ingredientes, ao controle de processos e à qualidade das matérias-primas.
Principais Causas da Textura Arenosa
Diversos fatores podem desencadear esse problema, entre eles:
Cristalização de sais minerais: O excesso de fosfatos ou exposição prolongada a altas temperaturas favorece a formação de cristais, especialmente de fosfato de cálcio, que conferem a sensação arenosa.
Escolha inadequada de ingredientes: O uso de queijos pré-fundidos com defeitos de textura ou instabilidade proteica pode transferir o problema para o requeijão final, funcionando como “sementes” para a formação de grânulos.
Dissolução incompleta dos sais fundentes: Sais como fosfatos e citratos, quando mal dissolvidos, formam partículas sólidas que simulam cristais e prejudicam a textura.
Uso incorreto de concentrado proteico de soro (WPC): Se o WPC não for bem hidratado ou for submetido a calor/agitação excessivos, as proteínas desnaturam e geram partículas insolúveis, aumentando a sensação arenosa.
Fatores de processo: Condições inadequadas de fusão, resfriamento e armazenamento potencializam o defeito. Bases sob coagulação ácida também são mais propensas à formação de textura arenosa do que bases enzimáticas ou mistas.
Como Evitar ou Corrigir a Textura Arenosa no Requeijão?
A boa notícia é que, com ajustes estratégicos, é possível minimizar ou até eliminar esse defeito. Veja as principais recomendações práticas:
Sais fundentes: Prefira polifosfatos de cadeia longa, que são mais eficientes na complexação do cálcio e reduzem a tendência à cristalização.
Resfriamento rápido: Após a fusão, resfrie o requeijão rapidamente e mantenha-o entre 4°C e 8°C. Temperaturas elevadas aceleram a recristalização dos sais.
Matérias-primas de qualidade: Faça um controle rigoroso dos insumos e evite queijos base já com defeitos texturais.
Dissolução dos sais: Utilize sais de alta solubilidade e, se possível, dissolva-os previamente em água para garantir dispersão uniforme.
Processamento do WPC: Hidrate o WPC separadamente em água fria ou morna (máx. 40 °C) antes de incorporar à massa. Evite misturas muito concentradas e adições bruscas. Controle a temperatura (máx. 85°C) e a intensidade da agitação, preferindo pré-aquecer a mistura ao invés de injetar vapor diretamente.
Formulação equilibrada: Reduza o teor de WPC ou substitua parte dele por proteínas mais estáveis, como a caseína micelar (MPC), para garantir cremosidade sem formação de grumos.
Aspectos Científicos e Industriais
A ciência por trás da textura do requeijão mostra que a viscosidade é um dos principais parâmetros sensoriais para aceitação do produto. Quando a viscosidade foge do ideal, surgem defeitos como grumos, separação de fases e a indesejada textura arenosa. Além disso, pesquisas apontam que o uso excessivo de certos espessantes pode prejudicar a formabilidade de fios e favorecer a formação de partículas que aderem ao palato, tornando o produto menos agradável.
O controle do perfil físico-químico — pH, teor de água, gordura e equilíbrio mineral — é fundamental para garantir estabilidade sensorial e boa aceitação do consumidor. A adição estratégica de proteínas lácteas auxilia tanto na padronização do processo quanto na conquista de uma textura estável e cremosa, sendo um recurso relevante para a indústria.
Dicas Finais para Líderes de Produção
Monitore rigorosamente todas as etapas do processo, desde a seleção dos ingredientes até o resfriamento e armazenamento.
Invista em treinamento da equipe para garantir a correta dissolução dos sais e hidratação das proteínas.
Realize análises sensoriais e físico-químicas frequentes para identificar desvios e agir rapidamente.
Mantenha-se atualizado sobre novas tecnologias e ingredientes que possam otimizar a textura e a cremosidade do requeijão.
Conclusão
A textura arenosa no requeijão é um desafio recorrente, mas totalmente contornável com conhecimento técnico, controle de processos e escolha criteriosa dos ingredientes. Ao adotar boas práticas e investir em inovação, líderes de produção podem garantir um produto final cremoso, estável e altamente aceito pelo consumidor, fortalecendo a reputação da marca e a competitividade no mercado de laticínios.











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